O Hospital São Julião, referência na humanização e no cuidado com pacientes também tem uma responsabilidade socioambiental. Localizado em uma extensa área de 240 hectares, a instituição chama a atenção pela dimensão do verde, trazendo um ambiente tranquilo e confortável.  

No entanto, a  preocupação com a preservação ambiental no Hospital São Julião não é recente. Esse compromisso teve início com o ex-paciente de hanseníase, Lino Villachá, o poeta e cronista, foi um dos pioneiros nessa causa dentro da instituição.

“Grande parte da riqueza natural que aqui se encontra tem sido restaurada e preservada por Ir. Silvia [Vecellio], os italianos e a Associação de Auxílio e Recuperação dos Hansenianos. Grande parte dela, porém é um legado vindo dos tempos do Dr. Orestes Rocha, antigo Diretor e Médico Assistente, por 30 anos, em São Julião, o qual sempre amou muitas árvores e os bens naturais deste lugar, tanto quanto os doentes. Também, agradecemos aos doentes antigos que passaram ou viveram aqui nos velhos tempos, assim como aos Diretores daquelas remotas épocas pela contribuição deixada.”

Este apoio da diretoria se perpetua até hoje e em 2022, o Presidente da Associação Beneficente de Auxílio e Recuperação dos Hansenianos (ABARH), Carlos Augusto Melke instaurou a Gerência de Política Ambiental, sob a responsabilidade de Bruno Maddalena. 

FAUNA DO HOSPITAL SÃO JULIÃO

Não são apenas as árvores e eucaliptos que atraem os olhares dos visitantes. Os animais também os cativam, proporcionando uma interação especial entre o ser humano e a natureza, tornando um momento único.  

As aves são a maior presença na instituição, sendo a seriema, o símbolo do hospital. Em seu livro, “Janela para os Pássaros”, Lino Villachá já havia catalogado aproximadamente 40 espécies de aves, até 1980, mas este número é bem maior. Mesmo após a morte do escritor, o trabalho teve continuidade e atualmente está sob os cuidados do Assistente Administrativo do setor de tecnologia da informação, Roberto Pellizzer.

Em 2012, ao observar esta diversidade de aves dentro do hospital, ele decidiu registrar fotos e vídeos que estão publicadas no portal Biofaces, criado em 2014. Já foram catalogadas 161 espécies de aves.  

A presença de mamíferos e repteis são frequentes no Hospital São Julião. Roberto Pellizzer explica que estes animais ao serem encontrados são devolvidos à natureza. Já quando descobertos machucados, eles são levados diretamente para o CRAS, órgão pertencente ao Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (IMASUL).

Para o assistente administrativo, este cuidado com a fauna do Hospital São Julião é uma maneira dele se conectar com a natureza e ajudar na preservação do meio ambiente.

“Vivo em constante sintonia com a natureza, e esses momentos se tornam cada vez mais significativos. Além disso, buscamos transmitir a mensagem de que o Hospital São Julião vai além do cuidado com os pacientes — aqui, também cuidamos do meio ambiente.”

Para conhecer mais sobre a fauna do Hospital São Julião, acesso ao site Biofaces.